Apresentamos
algumas tecnologias sociais voltadas para o saneamento rural, visando à
qualidade de vida das famílias, com o acesso a mais pura água e contribuindo
para a destinação correta dos dejetos humanos. Portanto a adoção destas
tecnológicas beneficia a saúde e assim previne doenças; evita contaminação e
protege o lençol freático. Possibilitando também uma minimização nos custos de
produção, uma vez que é possível utilizar como adubo, o líquido gerado no
final do processo.
O foco não é
especificar tecnicamente os processos, mas sim o uso das tecnologias de
saneamento rural como: as fossas sépticas biodigestoras, o banheiro seco, o
jardim filtrante (wetland), a evapotranspiração e o círculo de bananeiras. São
processos que permitem o tratamento das fezes e urina das residências rurais,
conhecidas como águas negras e também de águas cinzas provenientes da cozinha
e do chuveiro, para as localidades sem acesso ao saneamento básico de
responsabilidade do Poder Público. Nesta postagem falaremos sobre a Zona de Raízes ou Wetland e a implantação no Instituto Pedro Matajs.
ZONA DE RAÍZES –
WETLAND
O princípio de tratamento em jardins
filtrantes, sejam naturais ou construídos, se baseia na interação entre os
componentes do solo, água, planta e ar. Envolvendo fenômenos físicos, químicos
e biológicos.
O
processo biológico é a chave para a performance do tratamento, pois os
micro-organismos são responsáveis pela degradação da matéria orgânica, da
nitrificação em zonas aeróbias e desnitrificação em zonas anaeróbias. (WENDLAND & CHIARAWATCHAI, 2006). Além dos micro-organismos, as plantas macrófitas
também desempenham um papel importante no que se refere a remoção de nutrientes,
pois atuam na absorção das
substâncias poluentes que passam por suas raízes.
IMPLANTAÇÃO NO INSTITUTO PEDRO MATAJS
Sistema de Jardins Filtrantes de Fluxo Horizontal Sub Superficial
A construção foi baseada no modelo francês de fluxo horizontal sub superficial, neste sistema utiliza somente brita como material filtrante, que
apresenta maior condutividade hidráulica; com um tratamento primário realizado
por uma fossa séptica para a retirada de sólidos grosseiros do sistema e uma
caixa de gordura para a água residual da cozinha.
O sistema foi escolhido também pela alimentação sub superficial,
para que o esgoto alimente internamente o leito para que não haja contato externo.
O leito trabalha com a lâmina d’água, abaixo da superfície evitando assim proliferação
de mosquitos e outros insetos.
O Sistema no Instituto Pedro Matajs
O tratamento primário foi realizado por uma fossa de concreto para
a retirada de sólidos grosseiros, essa fossa é exclusiva para captação de
efluentes de águas negras e cinzas. Ao decorrer do projeto foi anexada uma 2ª
entrada, esta diretamente no Jardim Filtrante (JFCFHS) apenas com um tratamento
preliminar efetuado por uma caixa de gordura, pois essa tubulação são águas
advindas da cozinha.
O dimensionamento (JFCFHS) foi realizado levando em consideração 4
pessoas diárias com a vazão total de esgoto de 240L/pessoa e área superficial
de 1,5m² por pessoa. A unidade experimental foi construída em bloco de concreto
e suas dimensões são de 6m²
A unidade foi projetada abaixo do nível do solo, a porcentagem
declividade do fundo é de apenas 0,33% garantido direcionamento do efluente
para sua saída no sumidouro. Para garantir a impermeabilização, foi aplicado em
toda a unidade experimental um revestimento impermeabilizante de base acrílica.
O sumidouro foi projetado com valores superiores ao mínimo exigido pelas normas da NBR 13969. Foi projetado para solos não arenosos com anéis de concreto medindo 1 metro de diâmetro com 2 metros de profundidade e preenchido com brita.
u Anilhas
de concreto
u Fundo
aberto e preenchido por brita
O modelo implantado no Instituto Pedro
Matajs é de responsabilidade do Engº Ambiental Marcelo Tiozzi.
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Leila Matajs |
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